O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mecanismo de proteção financeira para o trabalhador brasileiro em caso de demissão sem justa causa, oferece uma modalidade de acesso aos recursos que tem ganhado destaque: o saque-aniversário. Essa opção permite que o trabalhador realize retiradas anuais de uma parcela do saldo de sua conta do FGTS no mês de seu nascimento.
Diferentemente do tradicional saque-rescisão, que é liberado apenas em situações de desligamento sem justa causa, o saque-aniversário surge como uma alternativa que concede ao trabalhador a possibilidade de antecipar o acesso a uma parte de seus fundos. A modalidade tem se mostrado popular entre os trabalhadores, que veem nela uma oportunidade de obter maior flexibilidade financeira ao dispor de um montante anualmente.
Contudo, a crescente adesão ao saque-aniversário também tem gerado discussões em torno de seus potenciais impactos em outras áreas importantes, como o financiamento habitacional, que utiliza recursos do FGTS para concessão de crédito. O debate sobre os efeitos de longo prazo dessa modalidade no sistema do FGTS e em seus diversos usos continua em pauta.
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Governo quer colocar limites
O governo do Brasil falou que quer colocar um limite em quantas parcelas do saque-aniversário do FGTS as pessoas podem pegar adiantado. Isso está causando conversa entre vários grupos.
Os bancos acham que pode adiantar até cinco parcelas. Já quem trabalha com construção de casas diz que o limite deveria ser de três saques. Eles pensam que se muita gente tirar muito dinheiro, pode faltar para programas de financiamento de casas, como o Minha Casa, Minha Vida.
Hoje em dia, não tem regra de quantas parcelas do saque-aniversário dá para adiantar. O limite depende do dinheiro que a pessoa tem no FGTS e das regras de cada banco. Essa liberdade de adiantar tem agradado tanto os trabalhadores quanto os bancos, que oferecem empréstimos com juros que valem a pena.
Como ocorre a antecipação do saque-aniversário?
Adiantar o saque-aniversário é como pegar agora um dinheiro do FGTS que você só poderia sacar nos seus próximos aniversários. Se você escolher essa opção, o dinheiro fica “reservado” no seu FGTS para pagar o banco que te emprestou.
A taxa de juros para pegar esse dinheiro adiantado não pode ser maior que 1,8% por mês, o que faz com que muita gente ache interessante.
Só que essa facilidade preocupa algumas pessoas, principalmente quem trabalha com construção de casas. Eles acham que se muita gente tirar o dinheiro do FGTS antes da hora, pode faltar para construir casas para as pessoas comprarem.
Outra preocupação é que as pessoas gastem esse dinheiro logo, em vez de guardar para coisas mais importantes no futuro.
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Impacto e desafios
Quem trabalha com construção de casas está preocupado com o saque-aniversário do FGTS. É que o FGTS ajuda muito a financiar programas como o Minha Casa, Minha Vida, que ajuda famílias mais pobres a terem sua casa. Se as pessoas tiram o dinheiro do FGTS antes da hora, pode sobrar menos dinheiro para esses programas, o que atrapalha a política de moradia do governo.
O pessoal da construção diz que, em vez de usar o dinheiro para comprar casa, muita gente usa o saque-aniversário para pagar dívidas ou gastar logo. Isso pode não ser bom para o crescimento da economia a longo prazo. Por isso, estão falando cada vez mais em limitar quantas vezes dá para adiantar o saque-aniversário. O objetivo é achar um jeito de o trabalhador ter acesso ao dinheiro, mas sem acabar com a verba para construir moradias.
O governo agora tem a difícil tarefa de encontrar um meio-termo. Ele precisa deixar o trabalhador usar seu dinheiro de um jeito fácil, mas também garantir que não falte dinheiro para os programas de moradia e outros projetos importantes que usam o FGTS. A conversa sobre isso ainda vai continuar, e novas ideias podem aparecer para tentar atender a todo mundo.